Enquanto
Alice me servia uma xícara de chá, cantarolando uma melodia desconhecida, o
chapeleiro e o gato discutiam algo relacionado ao clima e aos castores
construtores de pontes.
-
Como está o seu chá? – de repente o chapeleiro me perguntou, talvez se lembrando
que eu continuava ali assustada com toda aquela situação bizarra, provei aquele
líquido vermelho que estava na minha frente e sorri.
-
Está uma delicia – me animei, o chá tinha um gosto de menta e framboesa, que
apesar de ser algo bizarro, nada comparado a aquela situação toda, era muito
bom.
-
Oh, que beleza, temos que comemorar – o coelho branco que havia me acordado
girou um relógio de bolso entre os dedos e o guardou, o chapeleiro maluco e
outro coelho que se encontrava presente gritaram e todos na mesa se levantaram,
inclusive eu, só que na base do susto.
Alguns pássaros subiram em cima da
mesa, fiquei pasma ao ver alguns Dodôs me cumprimentando, outros bichinhos
ficaram em torno da gigantesca mesa e os camundongos se alojaram nas xícaras
vazias. Quando pensei que não dava para ficar mais estranho, eis que todos
começaram a dançar e uma melodia surgiu do nada. Pássaros e borboletas começaram a bailar no ar, os camundongos fizeram das xícaras um parque de
diversões, e os que estavam em volta da mesa começaram a rodopiar e fizeram uma
imensa ciranda, Alice e o chapeleiro me puxaram pelos braços e eu acabei
entrando na dança. Começaram a cantar uma musiquinha que grudava na cabeça
feito chiclete, era mais ou menos assim:
“Chá,
amamos chá,
encha
mais uma xícara
e
mande logo para cá,
Chá,
amamos chá,
rodopie
e gire,
vamos
todos dançar e comemorar,
Chá,
amamos chá,
todos
aqui reunidos
para
festejar
o
maravilhoso chá...”
Parei de dançar e continuei a
cantando a música que acabei aprendendo de tanto que era repetitiva e grudenta.
Depois de algum tempo parecia que eu era amiga de longa data de todos os
presentes.
Quando eu pensei que todos estavam
parando, eles pegaram suas xícaras que estavam em cima da mesa, e começaram a
dançar novamente, só que dessa vez indo em direção a floresta e derramando chá
por todo o caminho, eu apenas os acompanhava rodopiando. Dançamos até o
anoitecer.
Enquanto rodopiava entre algumas
árvores, acabei me perdendo naquela floresta escura, confesso que fiquei com
medo, mas logo me deparei com um cogumelo em que estava uma lagarta azul com a
metade do meu tamanho fumando Narguilé, o que eu achei bem estranho, mas o que
não era estranho naquele lugar?
-
Quem é você? – perguntei um pouco eufórica por causa da dança e da cantoria, me
aproximei o máximo que podia da lagarta.
-
Sou tudo e nada, mas agora isso não importa, chegou a hora de você voltar para
casa, pequena criança – dizendo isso ela soltou uma baforada de fumaça no meu
rosto, fiquei meio tonta e senti tudo ficar escuro.
Acordei na manhã seguinte deitada na
minha cama e com o livro que eu estava lendo no dia anterior entre minhas mãos,
sorri ao ver o título escrito na capa “Alice no país das Maravilhas”, tudo não
tinha passado de um sonho, então eu vi que havia uma linda borboleta azul
pousada na janela, foi ai que pensei que talvez não, que talvez Alice e o
Chapeleiro Maluco e todos os outros fossem mais reais do que eu imaginava.
P.S. Hey apples, bem, escrevi esse conto baseado só no chá de "Alice no País das Maravilhas" pois, não sei quanto a vocês, é uma das partes ou até mesmo a parte, que eu mais gosto no livro. Mas enfim, espero que tenham gostado.
beijos ;*
2 comentários:
Olá!!
Gostei! e Alice é um clássico que não tem quem não chonheça ou não goste! Fez uma boa escolha!! bjinhos
http://diariodeincentivoaleitura.blogspot.com/
Tudo relacionado a Alice me encanta. Sou fã da história, perdi a conta de quantas vezes li o texto. rsrs
E como fã posso dizer que gostei (muito) da maneira como você recriou e crio o texto.
Pena que acabou tão rápido...
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